Depois de antes e da valsa
Antes do pôr-do-sol, um bom filme, talvez se tivesse seguido uma tradição temporal e tivesse assistido antes do amanhecer antes de evr sua sequencia eu teria gostado mais. Enfim, ainda com algumas cenas na cabeça, algumas frases no coração eu encontro um bom ponto de repouso pra minhas ideias dessa semana. Antes de mais nada admito a verdade, como todo dono de blog, admito que essa é uma forma extremamente egocêntrica de se escrever sobre a realidade, mas tudo navida só é válido quando tem algum ponto de vista e é aqui que deposito os meus, entre erros de português e digitação, entre meus períodos muito longos e frases cheias de clichês. Viena, deveria ser lá que eu começaria esse post, mas não vi o filme que se passa em Viena e nem tenho nenhuma metáfora sobre esse lugar. Paris, que bom lugar pra se começar um pensamento, mas antes de ter ido pra Paris com Ethan Hawk e Julie Delpy eu vi o conselho para Phillip Seymor Hoffman (é assim?) e fiuei concordando com as breves palavras de uma personagem calada, as vezes a gente se prende a tanta coisa do passado que esquece do futuro, e as vezes a gente se preocupa tanto com o futuro que deixa de pensar no presente, o importante da vida é aproveitar o percurso, e é isso que defendo e é nisso que acredito, aproveito minha ida até Paris. Jesse e Celine se reencontraram, viveram algumas horas de só conversa, nenhum beijo, mas muita provocação de ambas as partes, eles ficaram nove anos separados e simmplesmente se reencontraram como se tivessem se visto há dois meses, isso me fez pensar sobre o tempo. Tempo é uma medida de marcação que ultrapassa os segundos, dias ou séculos, tempo é o que reside em nós, existem minutos que duram eternidades e existem anos que passam num piscar de olhos, antes de fechar as palpebras estava com quinze e hoje percebo que já tenho dezenove, é claro que muita coisa mudou, mas apesar de sentir uma maturidade incrivel acrescida em mim, não sinto o peso do tempo sobre as coisas ao meu redor. Algumas pessoas estão mais enrugadas, outras continuam com a mesma expressão viva nos olhos, existem pessoas que envelhecem de um dia pro outro e outras que simplesmente se fecham na capsula do tempo que o sorriso pode trazer. Foi assim com eles, obviamente mudanças de peso e expressão os deixaram diferentes mas dentro deles alguma coisa continuou intacta e só Deus sabe de que maneira ela continuou. Sim, sou poliano, sou mais poliano do que gostaria de ser e menos do que deveria ser, me esforço pra manter as coisas num nível saudável, mas confesso que ser poliano está além da minha vontade. Sim, roubo pensamentos e declarações alheias, por que isso pra mim é convencimento, isso pra mim é aprender, essa semana eu aprendi que sou mesmo poliano, que acredito em finais felizes subentendidos, que desejo que mocinho e mocinha fiquem juntos, acredito em destino, acredito em fazer história, acredito em quebar corações, acredito em amolecer corações, acredito que por mais fácil que seja odiar alguém é muito difícil deixar de amar alguém, mesmo com todos os motivos pra não amar, mesmo com pistas óbvias pra esquecer, mesmo seguindo a vida de maneira separada, não se deixa de amar alguém no momento em que se quer fazer isso, e é bom perceber que você não fecha seus desejos pra antigas vontades mesmo abrindo eles pra novas vontades. Sim, sou poliano, choro com Julie Delpy cantanto, choro com ela dançando Nina Simone de um jeito desengonçado, sou poliano quando sorrio ao ver a carinha da Dakota Fanning, choro a toa, é mais fácil me fazer chorar com alguma coisa que me soe bonita que me fazer sofrer por uma coisa que seja óbvia. Uma coisa que me chamou atenção foi uma afirmação no começo de filme, uma verdade que eu nunca tinha percebido, as pessoas que tem vontade de mudar omundo não tem ambição suficiente pra fazer isso uma realidade, não quero ambição, não quero querer uma coisa só por querer, a ambição só espero que apareça quando tiver um objetivo definido e um plano a ser seguido, ammbição não é um moivo, é apenas um motor, e ela vai vir, talvez eu não mude o mundo, mas passe a querer mais Paris. Paris, eles se reencontraram lá, e ainda é estranho pensar que um sorriso termina o filme, mas é assim que eu gostaria que terminasse. Eu quero ter vontade de perder meu avião de volta.
(...)