Sobre o que desaprendi
Don't worry about a thing, essa frase do Fountains of Wayne me parece bem verdadeira agora. Não se preocupar com nada é o que a maioria das pessoas finge que faz mas no fundo essa mentira pessoal nos deixa mais capazes de levantarmos nossas coisas e sair atrás da coisa nova antes que a velha acabe ou tenha um fim pior que o fim natural, mas não quero falar sobre o fim de nada, pois pra mim tudo ainda está só no começo. Ontem eu fui no show do Rolling Stones, praia de Copa lotada, 1,5 milhão de pessoas ao meu redor, uma coisa Jorge Ben poderia descrever bem essa coisa praiana, mas é só rock 'n' roll mas eu gosto disso. Ficou tarde mas ainda assim fomos pra Lapa, coisa de principiante achar que sair, depois de ter entrado naquele ambiente, seria fácil. Hip Hop do bom, todo mundo dançando, amanheceu...Meu Deus eu tenho prova amanhã, concurso de agente educador, como vou fazer prova se chegar em casa de manhã? Ai Meu Deus...Cheguei, dormi pouco e lá fui pra prova, mas nem tinha estudado memso, se tivesse que não passar eu teria estudado e dormido cedo, o que será, será, não me preocuparei. Deu certo, a prova foi fácil, eu acho que conseguirei alguma coisa depois disso tudo, ainda que seja apenas a visita ao Oscar Tenório. Não me preocupar, tinha esquecido como era fazer isso, ou melhor, tinha desaprendido a fazer isso, assim como desaprendi muitas coisas. Desaprendi a dar bom dia pro Sol, boa noite quando for dormir, desaprendi a falar mais calmamente, desaprendi como é difícil fazer de cada um dia. Não que tenha sido proposital, não que eu tenha desaprendido a fazer as coisas, as circunstancias apenas me levaram a essa situação, eu desaprendendo a ser o que eu quero, ou pelo menos devo querer, ser e estar. Desaprendi a encarar as coisas sem me jogar direto nelas, desaprendi a fazer as coisas sem pensar demais nelas, desaprendi a ser relaxado com as coisas, desaprendi a relaxar com as coisas. Mas isso não é o que eu quero, eu quero aprender, eu gosto disso, gosto de fazer as coisas serem novas pra mim, me excita o gosto de coisa fresca na cabeça, aquele gosto bom de novidade pra contar, mas como posso ter novidade se desaprendi a aprender? Desaprender não é o verbo que mais combina comigo, não é ação que mais faço e está longe de ser a coisa que mais quero fazer, eu quero aprender, eu quero ter a chance disso, eu quero poder fazer as coisas falerem a pena, quero mesmo. Quero que tudo dê certo e sei que pra isso eu tenho que me esforçar e reaprender aquilo que desaprendi e aprender o que ainda não aprendi, quero entender o que ninguém entende, quero sentir o que me faz bem sentir, quero reparender a andar com o cabelo molhado no vento pra poder refrescar a cabeça no sentido mais literal da palavra, quero voltar a entender como é divertido cantar uma música rindo, quero aprender que não importa onde nem quando mas que smepre vale a pena estar perto de quem te faz bem, quero aprender a me desapegar um pouco dos meus vícios pessoais, quero aprender a separar melhor esse meu novo eu e poder ver que ter amigos é bom mas que meus amigos são meus maiores bens mas não minhas posses, quero reaprender a fazer novos amigos, não pra poder aumentar meu círculo de amigos conforme já me foi sugerido mas sim pra ter essa coisa boa e fresca de descobrir novos alguéns dentro de alguém, começar a manipular suas primeiras impressões pra poder ter enfim uma opinião formada a respeito de alguém, quero reaprender o meu lugar nesse mundo, quero reaprender que não sou o dono da verdade mas quero continuar aprendendo a ser mais eu e ver os benifícios que isso me traz. Caraca quanta coisa que desaprendi, desaprendi a levar a coisa numa boa, don't worry about a thing, desaprendi a passar por cima de algumas coisas de algumas situações. Situações, é disso que toda essa trama emaranhada é formada, o que aprendi com um, desaprendi pra outro, sempre em adequando ao cenário, sendo vítima das circunstâncias mas ainda assim alterando-as conforme a minha melhora. Com isso termino minha ideia, vendo que nem sempre possa se chegar a uma conclusão ou análise de alguma coisa, aprendendo que tenho defeitos graves que preciso consertar, mas é isso que quero, quero desaprender a desaprender o que não devo. Entendido? Talvez sim, talvez não, acho que vou ter que desaprender a escrever coisas tão singulares, se bem que isso eu não quero desaprender e acho que não vou. Faz parte de mim, ser esse eu lírico, ser essa eu lúdico de cada situação, dane-se o homo sapiens, eu quero mais é ser o meu homo ludens e poder brincar com o meu nariz, quero ir pros stones e depois pra Lapa e não me preocupar com os danos disso, não que não vá fazer uma análise,mas muitas vezes tenho a resposta e me forço a olhar pelo lado mais negativo, sempre tendo uma margem de erro extremamente larga. Acho que preciso desaprender a fazer tantos cálculos...