Um post sobre Paris
Disse me um amigo, certa vez, que logo após desembarcar em Paris, saindo correndo e ainda com hábitos brasileiros, achou tudo estranho, um frio enorme, pessoas estranhas com as mãos escondidas em seus casacos, seriam assaltantes? Não, era só frio e então ele olha pro lado e se dá conta, não eram assaltantes, as mãos nos casacos eram fruto do frio, frio esse que sua mentalidade brasileira não permitia assimilar, e esse frio era diferent pois era um frio de Paris, sim Paris, lá estava ele, tinha ido até lá finalmente, realizado seu sonho, atingido seu objetivo maior. Ouvir isso me deu uma sensação de muito orgulho, vi todo o esforço envolvido, vi a vontade, vi os primeiros calculos, todo o processo até a volta satisfeita pelo cumprimento desse fato. Aí eu começoa me questionar sobre o por que não tenho esse brilho no olhar por algum objetivo, e aí me vem o seguinte pensamento, eu não tenho minha Paris. Depois, ao ter aquela conversa, percebo que isso é um fato, a faculdade está chata e aí me questionas se não era isso que eu queria, e eu digo que pra mim os objetivos são diferentes. Diante da pergunta sobre qual seria meu objetivo, fiquei sem recursos, quis dizer, como já disse antes em outras situações, que meu objetivo era ser feliz, seria uma resposta incrivel diante da comparação com o seu, uma casa, duas casas na verdade, carro, talvez até mais coisas que não se lembrou naquele momento, digo que meu não preciso disso pra ser feliz, não dizendo que não és feliz sem aquilo que deseja, essa não era minha intenção, mas acho que seria uma felicidade diferente, uma frlicidade de dever cumprido, de ter chegado a linha de chegada, essa é uma felicidade completamente diferente. Tentei pensar em algo que quisesse estabelecer como meta e não consegui chegar a nenhum resultado concreto, não tenho formigas pra conseguir uma casa, não tenho calafrios quando penso em ter um carro, minhas pernas não ficam bambas diante da possibilidade de ter tal ou qualquer outra coisa, simplesmente não consigo imaginar qual seria minha Paris. Desejos, é claro que tenho, tenho muitos, um carro, uma casa, a chance de dar tal coisa pra tal pessoa, isso é tudo na casa dos desejos, não das metas. é claro que espero conseguir poder fazer isso tudo, mas acho que a principal diferença é que a maioria das pessoas se preocupam com o que vão encontrar quando chegarem no fim da corrida e eu penso no que vou encontrar até chegar no fim da corrida, se esse caminho for feliz, não me importo com o resultado final dele, espero que nesses casos, os fins justifiquem os meios. é claro que tenho minhas vontades, a viagem que planejo, se acontecer, nossa, que delícia vai ser, mas s enão já fico feliz por ter tido a coragem e o desapego de tentar, estpu feliz em fazer os calculos, as somas e as materializações imaginárias desse desejo. Sonho de consumo, nenhum, tenho vontade de ter muitas coisas mesmo, um new bettle, um Imac azul, um jet-ski, um urso panda, um pijama gostoso, uma caixa de chocoloates quesó eu possa devorar, dinheiro pra encher meu guarda-roupa, mas isso não é sonho, é só uma coisa que de vez em quando penso que seria bom ter, mas que sei que posso viver sem remorso por não ter conseguido. Dizem que a vida só tem sentido enquanto existe a busca por alguma coisa e que, depois que você finalmente a encontra, a vida perde o sentido até que você ache um novo ponto pra mirar, mas como isso se aplica no caso de uma pessoa como eu? Sem nenhum objetivo direto, sem nenhum desejo maior, sem nada pra focar e perseguir a longo prazo? Como achar ou perder o sentido pra alguém cujo maior plano é ser feliz? Ser feliz é um exercício contínuo e parece que nunca fica pleno por muito tempo, a vida é isso, um convite contínuo a risos e choros, depois a gente decide qual caminho vai tomar. O engraçado é que me satisfaço com coisa tão pouca, um sorriso, um oi, a música bonita que toca na hora menos prevista, aquela ligação que chega do nada e te arrasta pra um lugar distante e gostoso, aquele convite irrecusável, aquele plano mostrando a carinha, sensação de orgulho, sensação de amor, um baraço, uma lágrima, os dois de preferência, aquele cansaço depois de um dia cheio, a satisfação de deitar na cama, de tomar um banho quente depois de ter vivido um dia nessa grande metrópole. Tantas coisas pequenas me fazem pleno que fica dificil decidir qual é minha Paris, talvez ela esteja bem na minha frente e eu nem me dê conta de que é bem mais simples ver que meu objetivo pode ser alcançado com um exercício tão pequeno que eu nem perceba. E diante disso eu fico pasmo, ali está minha Paris, na frente dos meus olhos e algumas vezes distantes de minha mão, infelizmente pra chegar a meu objetivo necessito de esforços gerais e fica dificl as vezes manter a cara bonita diante de tamanha covardia, onde já se viu tirar alguém de Paris com tamanha normalidade? Queria que soubesse isso, dependode você pra carimbar meu passaporte e você está sempre negando meu visto. Sei que não sou a pessoa mais adorável dessa cidade imensa, estou longe da perfeição e talvez nem signifique tanto se formos pesar os dois lados, mas seja lá qual fo a resposta ao meu pedido de embarque, avise antes, é difícilesperar e pior ainda receber tal notíca com tamanha calma e desinteresse. Vou arrumar minhas malas de novo e como diz a música que toca agora I'm gonna move on, e tomara que seja mais uma vez pra cidade luz.
1 Comments:
Sua Paris tá num lugarzinhu poko visto...escondidinhu...mas q vc conhece bem!
Tô pensando em fazer um novo blog...o q acha?
Viajar...entre no seu interior e passeie de gôndola em Veneza!
Boa semana pra ti...
12:02 PM
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