Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde nasci,como passei a porcaria da minha infãncia, o que meus pais faziam antes que eu nascesse e toda essa lengalenga tipo David Copperfield, mas, pra dizer a verdade não estou com vontade de falar sobre isso...

Saturday, December 03, 2005

Um silencioso arco-íris ao redor do sol

Existem momentos em que você tem muita coisa pra falar, existem momentos em que você não tem o que falar e existem momentos em que você fica em silêncio. Demorei muito pra perceber que nem sempre o silêncio é um estado de ausência de assunto e finalmente aprender a viver com essa prova sentimental. O silêncio nada mais é que uma manifestação do que você sente, ele muitas vezes passa direitnho o que nem sempre você quer dizer. Falo isso por que se têm algo que fiz essa semana foi silêncio, a semana nem foi tão tumultuada assim, uma segunda calma com o sono atrasado, uma terça insana, uma quarta calma, uma quinta de festa e uma sexta de provas, nada muito grande salvo algumas excessões, coisas nada comuns mas bem recebidas por serem fora da minha rotina. Essa semana de leiura de Código da Vinci e andar de ônibus sozinho está me fazendo ser mais crítico comigo e com o que chamo de rotina. Passei e estou comecendo a perceber o que está acontecendo. Abdiquei dos complexos da vida urbana e passei pro simples da vida cotidiana e pacata. Venho percebendo mais coisas e numa dessas parei pra pensar no silêncio. Já tinha dito que meu silêncio é uma arma poderosa e hoje vejo melhor isso quando passei a não usar como uma arma de destruição. Era segunda, quase dormindo na hora em que começou, conversa boa tem que ser extendida, não me importei em dormir mais tarde por conta dela. Acho que Graham Bell não tinha essa intenção mas acho que ficaria orgulhoso do seu invento, o telefone, originalmente inventado como redirecionador de palavras foi usado pra passar o silêncio e depois algumas reflexões sobre ele. E como ele é bom, como é forte, como é poderosa a ausência de palavras que provavelmente só tirariam as emoções ou as tornariam clichês necessários a conversa nossa de cada, ao mais do mesmo. Já fiz muito silêncio e hoje vejo que cada um deles pode ser transmissor de uma emoção diferente. Tem aquele silêncio pensante, que te leva ao sétimo céu e te faz voltar pra tentar achar a solução, tem aquele silêncio da descoberta, quando no sentimos uma criaça vendo o casteo frente ao seu brinquedo, o silêncio do pensamento lógico, do cair a ficha, do risinho alegre e companheiro, o silêncio da calmaria, tem aquele, o pior de todos o do choque, que te tira do corpo, te joga no penhasco e quando você está quase no chão te puxa de volta pra realidade nua, crua e cruel, mas não quero pensar nesse, meu momento de viver esse silêncio e de maltratar com esse silêncio já passou, prefiro constatar que tem aquele silêncio acolhedor, suave como a presença e poderosos como um abraço, aquele que te faz ver que nenhuma palavra seria melhor, aquele em que você nota que mesmo sem falar duas pessoas pensam na mesma coisa e acreditam na reciprocidade daquele momento, aquele silêncio que te acolhe e te deuxa livre pra sentir e se expressar, chorar no meio de uma praça, pelo telefone, sentado num s´fá laranja ou numa cama bege, na frente do computador ao ler um e-mail ou comentário, chorar sem motivo, rir sme motivo, viver com um único motivo, viver. O bom disso tudo é que no silêncio tudo fica mais claro, tem gente que veria o silêncio como uma coisa monocromática e cinzenta, eu não, vejo o silêncio como uma explosão multicolorida de cores e imagens, onde as coisas ficam mais claras, iluminadas e cheias de vida, no silêncio se pensa melhor, existe uma dedicaçãototal ao quese vive naquele pensamento, tudo parece ficar mais intenso e borbulhante e é nessa vibração que você vive uma realidade diferente, passa a enxergar mais coisas que não percebe no vai-vem das palavras, foi assim que olhando pro céu vi um arco-íris num dia ensolarado. estava lá, cheio de vida, montado numa núvem ao redor do sol, como foi mágico, rir sozinho no meio de um ônibus, isso me abriu os olhos. Fiquei disposto a ver as coisas mais brilhantes, casas antigas, pessoas na rua, um casal de velhinhos, uma praça deserta, tudo isso estavalá pra mim naquele momento. Isso te ajuda a erguer as mãos e agradecer por ter uma vida tão cheia de cores, colagens, sons, emoções, pessoas, momentos, silêncios, monólogos, diálogos, pautas, conversa fiada, pensamentos bons, tudo o que me faz ver que estou vivo e tudo o que quero pra me sentir assim, cheio de vida. Em épocas em que poderia oferecer os melhores argumentos de ataque e defesa, a única coisa que posso dar com todo meu carinho e respeito, é o meu silêncio...

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Estou tentando mudar os discursos clichês, mas mesmo assim não dá.
Às vezes procuro seus porquês. Juro que quando os vejo, fico um pouco assustado. Sua certeza e fragilidade, sua vontade de que tudo dê certo, sua ansiedade, sua amizade, o seu carinho, sua decepção, seu cansaço,seus excessos, o seu "ter quase tudo", suas exclamações em não ter o que precisa, o seu modo de agir peculiar, sua vida intensa.
É...acho que está faltando algo sim, você sabe o que é. Me ensinou isso bem, fazer algo sem nos preocuparmos no retorno. Me sinto na obrigação de completar sua paz com minha frase "clonada". Devemos ser felizes como um todo, devemos amar, fazer o bem, sem nos importarmos com algum retorno.
Seus posts sempre dizem alguma coisa pra alguém ou algumas pessoas, mesmo falando de você. Acho que vc deu o 1° passo: não pensando somente em si. Melhor ainda, tantas coisas boas a sua volta, tantos que lhe amam, um futuro tão vasto a sua frente.
Agora entende porque eu falo que o amor é maior...a sua conversa está próxima, mas seja com quem for terá suas respostas somente dentro de vc.

12:20 PM

 
Anonymous Anonymous said...

pra completar: através do seu silêncio.
Te amo.

12:23 PM

 

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